Idealização e adiamento, males que andam juntos
Você já usou aquele vale-presente que ganhou de Natal?

Que o consumidor tende a ser imediatista, todo mundo sabe. Mas pouca gente se dá conta de que procrastinar prazeres também é uma característica de todos nós quando o assunto é comprar ou usufruir do que compramos.
Exemplos?
O maior deles é o vale-presente. Ttodos os anos as empresas ganham bilhões de dólares praticamente de graça vendendo cheques-presentes que nunca serão trocados.
Outro caso clássico é o de apreciadores de vinhos e charutos que guardam exemplares raros para consumir em ocasiões especiais.
E, também, o de pessoas que vivem em cidades turísticas e acabam conhecendo menos atrações de seu município do que turistas que passam apenas alguns dias.
Por que isso acontece?
Há dois fatores. O primeiro deles é a elasticidade do tempo. Se não existe um prazo final imediato, a tendência é deixar para depois aquilo que pode ser aproveitado hoje.
O segundo é a idealização. Espera-se pelo momento perfeito para abrir o vinho raro ou visitar o ponto turístico da cidade. Ou uma oportunidade de ir com tempo e calma à loja na qual trocar o presente. Quando aparece algo que se aproxima desta “perfeição”, teme-se que não seja, ainda, o ideal. Então...se deixa para depois.
Se não chega a ser um comportamento causador de problemas práticos, como o imediatismo, a procrastinação também não deixa de ser indesejável. Afinal, os prazeres merecem ser desfrutados, e não adiados ad infinitum.
A propósito: você já trocou o vale-presente que ganhou no último Natal?